Autoavaliação
do PPGFIL-UERJ
A partir das diretrizes estabelecidas pela CAPES fixando os principais objetivos, metas e procedimentos que devem orientar o processo de autoavaliação dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras, o PPGFIL-UERJ formou uma comissão de autoavaliação cuja função é elaborar os instrumentos e estabelecer as diversas atividades que permitam ao programa alcançar o autoconhecimento necessário para detectar seus pontos fracos e fortes e, assim, aprimorar continuamente o desempenho das atividades pedagógicas, científicas e sociais envolvidas em sua missão. À comissão cabe, portanto, a tarefa de elaborar os instrumentos e os diagnósticos que permitirão, sempre em diálogo constante com as diversas categorias que compõem o programa, aperfeiçoar seu desempenho. Para tal, ela deve ser composta por representantes dos docentes, discentes, técnico-administrativos e egressos, e organizar atividades periódicas (tais como seminários, reuniões, elaboração de questionários e formulários para coleta de informações) junto aos membros dessas categorias com o intuito de obter os dados mais precisos e discutir as estratégias mais adequadas para promover a contínua melhoria do programa e auxiliá-lo a atingir patamares de excelência cada vez mais elevados.
Atualmente, a comissão de autoavaliação do PPGFIL-UERJ é composta pelos seguintes membros:
Antonio Augusto Passos Videira (representante do corpo docente)
Marcos André Gleizer (representante do corpo docente e membro da atual comissão de pós-graduação)
Luis Claudio Cardoso de Freitas (secretário do PPGFIL e representante dos técnicos-administrativos)
Taís Silva Pereira (professora do CEFET e representante dos egressos do PPGFIL)
Lorrany de Paula Carvalho (doutoranda do PPGFIL e representante do corpo discente)
Segue abaixo o primeiro relatório de autoavaliação do PPGFIL-UERJ.
Histórico da Criação da Comissão
Como ocorreu praticamente com todo programa de pós-graduação no país (mas não só), o período da pandemia de COVID 19 afetou em muito a rotina do funcionamento da nossa pós-graduação. Mesmo após o retorno gradual ao espaço físico da universidade, o que se deu a partir do segundo semestre de 2022, foi necessário um bom tempo para que a situação voltasse a lembrar aquela que existiu até março de 2020. De modo a reverter essa situação e promover uma reflexão acerca do programa, ao mesmo tempo em que festejava o 30º aniversário da criação do PPGFIL-UERJ a atual comissão decidiu, no início de 2023, realizar, em outubro de 2023, um evento acadêmico de três dias voltado para uma reflexão acerca da história e do presento momento do programa. Dessa maneira, além da intenção de comemorar essa data, o intuito foi o de aproveitar a ocasião para realizar um primeiro balanço daquilo que o programa teria alcançado desde o seu início, bem como, a partir dos resultados deste balanço, detectar os pontos fortes e fracos e, neste último caso, estabelecer os mecanismos apropriados para superá-los e corrigi-los. A programação foi, então, pensada explicitamente para atender essa dupla meta. A intervenção inicial foi feita pela Profa. Dra. Elena Moraes Garcia, a mais antiga professora então em atividade no Programa. Além da alocução da Profa. Elena Garcia, o evento teve palestra da Profa. Dra. Rosa Maria Dias, e três mesas redondas, nas quais participaram professores antigos, professores recém-chegados e egressos formados por professores ainda atuantes no programa. Além de palestras, foram organizadas três mesas dedicadas à ética, à filosofia da ciência e à filosofia da lógica. Ao longo do evento foi possível perceber como os professores mais jovens, com menos anos de programa, já estão bem integrados e como também se dedicam a novas linhas de pesquisa interessantes e atuais. As intervenções orais, apresentadas ao longo dos três dias de duração do seminário, também fizeram com que ficasse perceptível a extensão e a qualidade da rede de colaborações mantida por pelo menos uma parte considerável do corpo docente. Todos os funcionários que trabalham, ou trabalharam, na secretaria do programa de pós-graduação foram homenageados na abertura do evento com uma placa de acrílico com o respectivo nome. Trata-se de uma justa e merecida homenagem àqueles e àquelas que contribuíram muito para construir a atual identidade do PPGFIL.
A partir desse evento, que foi uma espécie de autoavaliação informal, a atual coordenação do PPGFIL-UERJ decidiu constituir uma comissão formal de autoavaliação, que, com base na experiência de processos de autoavaliação acadêmica relatada em documentos produzidos por comissões da Capes e da UERJ que refletiram sobre os parâmetros que devem balizar um tal processo, deveria conduzir um amplo processo interno de autoavaliação do programa.
A atual Comissão de Autoavaliação foi criada no primeiro semestre de 2024, sendo atualmente constituída por 5 membros, que representam o corpo docente, o corpo discente, os técnicos-administrativos da secretaria do Programa de Pós-Graduação e os egressos. Os seus membros atuais são: (a) Antonio Augusto Passos Videira (representante do corpo docente e também membro da atual comissão de pós-graduação); (b) Marcos André Gleizer (representante do corpo docente, coordenador adjunto do PPGFIL e também membro da atual comissão de pós-graduação); (c) Luis Claudio Cardoso de Freitas (secretário do PPGFIL e representante dos técnicos-administrativos), (d) Taís Silva Pereira (professora do CEFET e representante dos egressos do PPGFIL) e (e) Lorrany de Paula Carvalho (doutoranda do PPGFIL e represente do corpo discente). Até a criação da Comissão de Autoavaliação, as suas funções eram cumpridas pelos membros da comissão de pós-graduação, a qual é constituída por 6 professores (coordenador, coordenador adjunto e um representante para cada linha de pesquisa), além de representantes da secretaria e dos pós-graduandos.
Processos e procedimentos da autoavaliação do Programa
Logo após ter sido criada, a comissão passou a se reunir com frequência a fim de determinar as ações e estratégias que pretendia adotar. Uma das primeiras decisões tomadas consistiu em preparar um questionário de autoavaliação. O questionário foi elaborado a partir do modelo sugerido pelo relatório do grupo de trabalho da CAPES dedicado ao tema da autoavaliação e distribuído entre os docentes, técnicos-administrativos, discentes e egressos do Programa. A distribuição do questionário ocorreu em duas etapas diferentes, uma vez que os objetivos pretendidos eram distintos. No primeiro envio, o objetivo era perguntar aos destinatários se a estrutura do questionário era suficiente, isto é, se as categorias e perguntas nele formuladas eram adequadas para avaliar de forma abrangente e precisa o desempenho do programa, e colher as sugestões para o seu devido aperfeiçoamento. Uma vez reformulado o questionário a partir das sugestões recebidas, sua versão final foi então enviada na segunda etapa para que as questões fossem respondidas.
As respostas ao questionário permitiram detectar algumas fragilidades, alguns pontos fortes e algumas sugestões de ações e metas a serem implementadas.
Os principais pontos fortes destacados foram:
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A qualidade da produção bibliográfica do corpo docente do Programa.
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As teses de doutorado e dissertações de mestrado também foram mencionadas em função da qualidade alcançada. Recentemente, duas teses de doutorado foram premiadas pela Capes. Uma delas ganhou o principal prêmio concedido por esta agência, enquanto a segunda foi contemplada com uma menção honrosa.
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No que concerne à produção bibliográfica por parte do corpo discente, ela tem crescido de forma regular, devendo ser enfatizado que muitos dos capítulos de livros e artigos são assinados pelos orientandos com seus respectivos orientadores, o que indica que de fato vem ocorrendo uma interação acadêmica entre ambos os grupos.
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O significativo número de pesquisadores do CNPq e do Prociência atuando no Programa.
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Os diversos projetos de cooperação nacional e internacional estabelecidos pelo Programa (DINTER, PROCAD, PROBRAL, CAPES-PRINT, CAPES-COFECUB, COTUTELAS).
Quanto aos pontos frágeis do Programa, foram destacados de forma mais contundente os seguintes:
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Pouca articulação entre o corpo docente e o corpo discente;
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Pouca articulação com o ensino básico;
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Sobrecarga de trabalho da secretaria;
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Inexistência no site do Programa de uma aba que permita aos alunos acompanharem a situação acadêmica; o site também não proporciona a inscrição online nas disciplinas. Trata-se de uma dificuldade originada do fato da própria UERJ não ter implantado ainda um sistema de administração acadêmica da pós-graduação, nos moldes do sistema já existente para a graduação. Essa situação, no entanto, tem sido enfrentada pela nova Reitoria, que se comprometeu a implantar um tal sistema até o final de 2026.
Por fim, as sugestões de ações e metas mais recorrentes foram:
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Sugestão de ampliação da política de cotas, estabelecendo cotas para pessoas trans e quilombolas;
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Reativação da edição e publicação da revista TRAMA, periódico criado pelos discentes em fins da década de 1990 e que foi descontinuada alguns anos depois;
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Realização de reuniões periódicas entre os membros do corpo docente e entre este e o corpo discente;
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Criação de novas linhas de pesquisa, de modo a contemplar os diversos temas de pesquisa de um corpo docente que vem ampliando seu quadro e integrando novos interesses. Entre as linhas sugeridas destacam-se: uma linha dedicada à lógica, linguagem e inteligência artificial; uma linha ligada ao pensamento decolonial e uma linha dedicada às filosofias não ocidentais;
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Ampliação na quantidade de eventos externos e internos;
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Estímulo a uma maior articulação com o ensino médio;
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Criação de um novo DINTER, tendo em vista o sucesso da experiência com a UFMA.
Após o recebimento e análise das respostas, a comissão de autoavaliação tinha a intenção de se reunir com a comissão de pós-graduação para apresentar as suas conclusões e, em momento posterior, reunir-se com os professores, alunos e os secretários do Programa com o propósito de discutir aquilo que considerávamos ser a primeira radiografia mais precisa do PPGFIL/UERJ de modo a formular em conjunto um plano de ação. Contudo, os graves eventos ocorridos na UERJ, envolvendo a Reitoria da Universidade e uma parte dos alunos que decretaram uma greve de ocupação, impediram por completo que acontecessem reuniões no espaço ocupado pelo PPGFIL. Uma vez a universidade retornada à normalidade, diversas tarefas mais urgentes do Programa se impuseram, como a realização dos processos seletivos para as turmas de mestrado e doutorado para o ano de 2025, de modo que foi necessário adiar para o ano letivo de 2025 a retomada do projeto de ampla discussão dos procedimentos de autoavaliação.
Isso não significa que as atividades da comissão ficaram estagnadas. Além de procurar atender as diversas demandas que se apresentaram a partir do fim da ocupação da Reitoria, os representantes docentes e técnico-administrativos da comissão de autoavaliação mantiveram uma série de conversas com a PR2 de modo a obter orientações a respeito da visão da UERJ sobre esse tema, incluindo uma determinação clara das principais metas da instituição. A partir dessas conversas, na quais participaram outros programas de pós-graduação, foram realizados alguns seminários com todos os programas da UERJ para discutir a questão da autoavaliação. A troca de experiências foi bastante rica e instrutiva.
Resultados da Comissão de Autoavaliação
O primeiro resultado a ser mencionado diz respeito à própria criação e organização da comissão de autoavaliação: ela é hoje uma realidade e tem clareza sobre sua importância e suas tarefas. Um segundo aspecto positivo é que ela possui autonomia com relação à comissão de pós-graduação do Programa, o que se mostra particularmente útil quando surge uma questão envolvendo alunos e/ou funcionários. Em terceiro lugar, em que pese o fato de ainda não ter podido discutir de forma mais ampla e consolidar os resultados preliminares obtidos através dos questionários respondidos pelos professores e estudantes, a comissão de autoavaliação compreendeu as sinalizações dadas pelas respostas e considera que elas são pertinentes. Essa avaliação da avaliação permite que a comissão planeje o desdobramento de suas ações para o futuro imediato.
A segunda avaliação, algo provisória, é bem verdade, é que as respostas encaminhadas sugerem que há uma demanda, ou uma vontade ou ainda uma tendência para que o PPGFIL incremente quantitativamente a sua produção. A qualidade da produção, por sua vez, foi bem avaliada, mas algumas respostas assinalam que o reconhecimento desta qualidade ainda é subestimado pela comunidade filosófica, de modo que é preciso dar mais visibilidade à nossa produção. Em outros termos, as respostas indicam que professores e estudantes gostariam de ampliar os canais de produção e comunicação das suas pesquisas.
Já para o primeiro semestre de 2025, uma vez preenchido e enviado o relatório Sucupira, está prevista uma série de reuniões com todos os segmentos do PPGFIL para apresentar e discutir as informações produzidas pela comissão de Autoavaliação, mas também aquelas que foram colocadas na Plataforma Sucupira. Pretende-se que as reuniões sejam, primeiramente, com cada segmento. Ao final e numa quarta reunião, pretende-se que todo o Programa esteja junto para uma avaliação global.
Por último, seria interessante criar um canal de comunicação interno, algo como um boletim (eletrônico) de informação, que atendesse professores, estudantes, egressos e técnicos-administrativos do PPGFIL. Isso porque, desde a sua criação, a Comissão de Autoavaliação percebeu que muitas vezes as informações não circulam como deveriam, não atingindo o seu público-alvo, o que produz consequências deletérias. Essa sugestão está prevista para ser discutida ao longo do 1º semestre letivo de 2025.
Um ponto importante que gostaríamos de ressaltar diz respeito a duas decisões que o colegiado do PPGFIL-UERJ tomou durante a pandemia levando em conta a excepcionalidade da situação por esta produzida em função dos problemas emocionais e psicológicos decorrentes do distanciamento social e da pressão a ele associada: optamos, por um lado, por suspender durante o quadriênio 2021-2024 a aplicação dos critérios de descredenciamento de docentes em função de produção bibliográfica insuficiente e, por outro, optamos por ampliar em dois semestres o prazo concedido aos discentes para conclusão do curso de mestrado ou de doutorado. O objetivo foi evitar que membros do corpo docente e discente que tivessem sofrido psicológica e emocionalmente sob a pandemia fossem ainda punidos academicamente. Esse gesto de solidariedade com quem teve dificuldades de produzir em situação tão adversa não comprometeu, contudo, os índices globais de produção bibliográfica do corpo docente nem aumentou em demasia o prazo médio de titulação de nossos discentes. Considerando que a pandemia ficou para trás no tempo, ainda que tenha deixado marcas indeléveis em todos nós, voltaremos a aplicar no quadriênio 2025-2028 os critérios para descredenciamento de docentes previstos em nosso regimento. Em relação aos discentes, a concessão da ampliação de prazos para defesa de teses ou dissertações passou, a partir do primeiro semestre de 2024, a ser somente possível com a apresentação, por parte do orientador, de parecer circunstanciado acerca do estágio em que se encontra a redação do texto e do cronograma para a sua conclusão. Tal parecer é examinado pela comissão de pós-graduação, que possui a prerrogativa de o aceitar ou não.
O PPGFIL, desde a sua criação, tem se preocupado com a qualidade das defesas de mestrado e doutorado. Tal atitude se traduz pelo rigor na escolha dos membros, titulares e suplentes, das bancas avaliadoras. Essa escolha é regida pela determinação em incluir professore(a)s de outros programas de pós-graduação e, sempre que possível, levando-se em consideração os recursos financeiros disponíveis, integrar especialistas de outros estados. Quando não possuímos recursos para trazer pesquisadores de outros estados para participação presencial em nossas bancas, lançamos mão dos recursos tecnológicas disponíveis e realizamos bancas híbridas.
Sempre visando à formação sólida e consistente do(a)s seu(ua)s pós-graduando(as), o PPGFIL procura incentivar à participação em congressos nacionais e internacionais do seu corpo discente. Uma vez mais, tal política é condicionada pelos recursos financeiros existentes. Outra maneira de fortalecer a qualidade do seu corpo discente é por meio das bolsas de estudos no exterior. Essa modalidade vem sendo usada com frequência. Recentemente, estudantes foram enviados para universidades europeias com verba obtida através do Programa Capes Print. A qualidade dos trabalhos finais pode ser exemplificada pela premiação de duas teses de doutorado de estudantes que usufruíram de apoio financeiro em universidades na França e em Portugal.
Uma segunda ação, paralela àquela descrita acima, diz respeito à publicação de artigos e capítulos de livros. O corpo discente do PPGFIl tem se mostrado interessado em divulgar seus resultados antes das respectivas defesas de modo a se submeter ao crivo da comunidade filosófica, nacional e estrangeiro, o que vem permitindo uma melhoria na qualidade das dissertações e teses.
Os discentes do PPGFIL também participam dos cursos dados na graduação. Trata-se do estágio docente. Eles dão algumas aulas, sempre orientados e acompanhados pelo(a)s seu(ua)s respectivo(a)s orientadore(a)s. A participação em sala de aula é uma marca registrada do PPGFIL desde que essa medida foi adotada por determinação da CAPES muitos anos atrás. Os resultados até o momento são positivos. Todos os envolvidos (professore(a)s, graduando(a)s e orientado(a)s) mostram-se satisfeitos com essa prática.
Por fim, cabe fazer uma menção ao quadro de funcionários da secretaria do PPGFIL. Os critérios de avaliação do corpo técnico-administrativo são informais. Até o momento, o PPGFIL não considerou necessário inserir critérios formais em seu regimento, uma vez que, desde o seu início, ele sempre contou, como ainda conta, com funcionários de extrema dedicação e competência. Além de serem funcionários qualificados, são muito gentis e realmente interessados nos estudantes e professores. Não é difícil comprovar isto, basta consultar os agradecimentos das dissertações e teses. Em muitas, os funcionários são citados nomeados explicitamente.